Bancoob 20 anos: nas respostas às perguntas certas, a receita do sucesso

Definido como banco comercial privado especializado no atendimento a cooperativas de crédito, o Banco Cooperativo do Brasil S.A. – Bancoob foi fundado pelas centrais cooperativas filiadas ao Sicoob, em 4 de novembro de 1996, iniciou suas operações em setembro de 1997 e, em 1999 teve acesso a Funding.
A comemoração aconteceu nos dias 18 e 19 de novembro, em Brasília (DF), durante o 3º Pense Sicoob, evento que reuniu 800 gestores do Sistema Sicoob, e que também objetivou levar àqueles que estão no dia a dia das cooperativas singulares e das centrais as novidades pensadas pela confederação, além de capacitá-los para o atendimento dos cooperados.
“O Bancoob trabalha para o Sicoob ser grande”, afirma Marco Aurélio Almada, diretor-presidente da instituição, citando os últimos resultados das operações de crédito e o crescimento dos depósitos. De 1997 a 2015, o Sicoob cresceu 53,9 vezes no que diz respeito às operações de crédito, partindo de R$ 675 mil para a marca dos R$ 36,4 bilhões.No mesmo período, o Sistema Financeiro de Crédito Cooperativo (SFCC) cresceu 54,5 vezes, atingindo a casa dos R$ 76,2 bilhões, enquanto que o Sistema Financeiro Nacional (SFN) cresceu apenas 12,5 vezes, evoluindo de R$ 234,8 bilhões em 1997 para R$ 3 trilhões em 2015. Já com relação aos depósitos o crescimento é ainda mais expressivo e é 73,7 vezes maior: em 1997, o Sicoob recebeu R$ 503 mil e, em 2015, esse total chegou a R$ 37,1 bilhões, ficando o SFCC com evolução de 71,1 vezes (de R$ 1,2 bilhão para R$ 82,9 bilhões) e o SFN com 7,2 vezes (de R$ 288,4 bilhões para R$ 2,4 trilhões).
História e futuro
Ao resumir os fatos desses 20 anos do Bancoob, Marco Aurélio Almada, diretor-presidente da instituição, afirma que é “uma história de união e inovação”, com o banco funcionando como agente diversificador de portfólio, que evoluiu para a atual plataforma colaborativa, capaz de levar aos associados todas as facilidades que um banco oferece.
“Desde a sua constituição, em 1996, a instituição financeira vem construindo uma história baseada na gestão estratégica dos negócios e no trabalho integrado, com a finalidade de estimular o desenvolvimento do cooperativismo de crédito no País. Trata-se de uma organização formada por pessoas e para pessoas que têm um sonho comum: diminuir as desigualdades sociais existentes nos municípios brasileiros, por meio da democratização do acesso a produtos e serviços financeiros. Ao mesmo tempo em que coloca em prática os ideais cooperativistas, o Bancoob busca soluções para incrementar o portfólio das cooperativas, desenvolvendo ações que priorizam a decisão colegiada e a gestão de controles e riscos. Para alcançar esse objetivo, expandiu o campo de atuação e formou seu conglomerado, sendo sócio da Bancoob DTVM, da Cabal Brasil e da Ponta Administradora de Consórcios”, comenta.
Três pontos se destacam nessa história, segundo Almada, começando pela assembleia de constituição com a presença de 15 centrais de Estados diferentes: “as pessoas só se conheciam e ambiente social e optaram por criar uma instituição que pudesse controlar e coordenar o Sicoob, oportunizando o surgimento do Sicoob Confederação em 2001 e a criação do sistema de tecnologia que permitiu ao Bancoob o andar com as próprias pernas”, comemora, frisando que essa evolução tecnológica que permeou essas duas décadas e exigiu que o Bancoob mantivesse-se atento e investindo continuamente em soluções para internet banking e mobilidade, por exemplo, também favoreceu “o surgimento de um fenômeno econômico e social diferenciado, chamado de economia colaborativa, que cria desafios novos e diferenciados, permite novas experiências transacionais com o mundo, retira o intermediário do processo, desmonetiza e favorece que as pessoas troquem informações diretamente, sem interferência de uma empresa formal, seja para consumir produtos ou serviços. Nesse contexto, nós precisamos decodificar o que está acontecendo e como isso nos afeta. Para isso, temos de fazer as perguntas certas, no tempo certo, e rever a forma como lidamos com tecnologia”.
Cooperativismo e mundo colaborativo tem total sinergia, afinal, o cooperativismo sempre se esforçou para promover a colaboração e isso agora está acontecendo em uma escala maior, inserindo-se na cultura, o que – constata Almada – “é muito positivo para nós, porque quanto mais as pessoas valorizarem na cultura soluções pela via cooperativa, mais energia o cooperativismo vai ter. Por isso, o cooperativismo tende a crescer em função de um movimento cultural, que vai continuar alavancando nosso crescimento, que já vem muito bem nos últimos anos, na casa dos 20% ao ano, enquanto as instituições do Sistema Financeiro Nacional crescem a taxas de 7% e os demais atores do Sistema Financeiro de Crédito Cooperativo na faixa dos 17%”.
O desafio, para o diretor-presidente da instituição bancária, materializa-se em algumas perguntas fundamentais: “nós temos uma fórmula de sucesso que é a cooperativa com agências. Por quanto tempo esse modelo vai durar? Se não durar, o que tenho de fazer para me posicionar no que vier a substituir esse modelo?”, sintetiza Almada. É ele mesmo quem acena com as repostas ao informar que, a todas as soluções mobile disponibilizadas pelo sistema Sicoob, será somada a conta digital, ainda em fase de testes, mas que “terá a meta de deixar o relacionamento com o associado mais fluido e empoderar o cooperado, pois, cada vez mais, ele mesmo pode desenhar o produto que deseja. Isso já acontece no cartão de crédito, que conta com um aplicativo em que o usuário diz precisamente como ele vai funcionar”.
Nessa perspectiva, em que “tiramos o atrito do relacionamento e damos ao cooperado a possibilidade de escolher entre o virtual e o presencial”, Almada entende a humanização do virtual como prioridade: “e ela já está mais ou menos delineada, nossas melhores inteligências estão trabalhando para fazer o tecido em que será disponibiliza o melhor do digital, mantendo a humanização”.