Trigo como opção agricultores de MT

Consumo, produção e comercialização foram os temas da reunião da Câmara Técnica do Trigo – CCTTrigo de Mato Grosso. Representantes de diversas entidades tiveram sua terceira reunião de debates e discussões sobre o desenvolvimento da triticultura no estado, no dia 18 de julho, na sede do Sistema OCB-MT. O grão que em 1977 tinha mais de 3,1 mil hectares cultivados teve sua área reduzida em 39% e compensou em resultados – produz 3,5 vezes mais. A maior área plantada (92%) fica com o Paraná e no Rio Grande do Sul, já a região Centro Oeste representa apenas 1% desse plantio. E é esse cenário que a CCTTrigo pretende mudar. “A intenção é dar ao produtor mais uma opção de cultura no estado. Com a biotecnologia conseguiremos fazer do trigo uma alternativa de plantio aos produtores” afirmou o coordenador da câmara Hortêncio Paro.

 

Durante o evento, o gerente técnico e econômico do Sistema Ocepar, Flávio Turra, que também é presidente da Câmara Setorial das Culturas de Inverno do Ministério da Agricultura, apresentou um panorama nacional e internacional do produto, com os prós e contras da triticultura brasileira. Segundo Flávio, as palavras chave para o incentivo à produção do trigo no estado são tecnologia e qualidade. “O Mato Grosso já tem clima e solo adequado, com condições de produção de trigo em escala. O próximo passo é buscar tecnologias e sementes adaptadas para que haja produção de qualidade e volume que motive as cooperativas a investir numa plataforma industrial para agregar valor ao produto. Já estão em escala comercial, tecnologias que permitem transmitir ao trigo a resistência à seca, o que facilita do cultivo em Mato Grosso e o deixa como um mercado promissor no estado”, afirmou Flávio. Baseado na experiência da triticultura no Paraná, o gerente ainda destacou que o trigo é uma alternativa viável às cooperativas. “Como fizemos no Paraná, vamos colher as políticas públicas de Mato Grosso e levar até o ministério e a discussão é justamente para sabermos quais delas são importantes para cada estado. Assim, nós teremos aspectos importantes para trabalhar nas melhorias necessárias para o setor”, ressaltou Turra.

Para as cooperativas do estado, a alternativa de produção precisa de volume e qualidade. Segundo o superintendente do Sistema OCB-MT, o trigo já é uma realidade crescente no estado. “Observamos o mercado do trigo há tempos e acompanhamos os trabalhos realizados pela Câmara Técnica do Trigo. Incentivar essa produção e, acima de tudo a viabilidade de mais uma opção de cultura para as 65 cooperativas do agronegócio no estado é nosso objetivo”. Adair Mazzotti, superintendente Sistema OCB-MT. O clima seco de Mato Grosso favorece tanto o trigo irrigado quanto o de sequeiro: “Em nosso estado o fator clima é vantagem, porque nosso trigo consegue ficar livre dos fungos, mas nossa produção ainda é pequena, precisa e tem todo potencial para crescer”, ressaltou o engenheiro agrônomo e pesquisador da Empaer, Hortêncio Paro, coordenador da Câmara Técnica do Trigo – que trabalha a formulação de políticas públicas e privadas, além do acompanhamento e desenvolvimento das ações do trigo em Mato Grosso.

Para a economia do estado, além de uma alternativa para o solo e para o bolso do produtor, ainda há a questão de suprir o mercado interno já que MT consome mais de 10 toneladas/mês do produto. Segundo Otto Correia, gerente regional de vendas de uma beneficiadora de farinha no estado, a iniciativa da Câmara abre oportunidades de mercado. “Há uma dificuldade de trazer trigo de fora. Estamos em processo de negociação, tentando trazer direto dos EUA, devido a escassez do trigo argentino. Mais de 65% da produção é para MT, que se produzisse seu próprio trigo, teria uma abertura maior de ganhos de mercado, já que o outro gargalo é justamente a logística - Trazer trigo de fora é caro, levar farinha para fora também” destacou Otto. A empresa Belarina está há 4 anos no MT e tem um quadro de 70 empregados.

Estiveram presentes nessa reunião, representantes da Sedraf, Empaer, Indea, UFMT, AMM, Secitec, Aprosoja, Sistema OCB/MT, OCEPAR, Famato, Sicme e Moinho Mato Grosso.

Ascom Sistema OCB-MT
Flávio Turra, da Ocepar apresenta Panorama Nacional do Trigo.

 

 

 

 

 

 

 

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