Papel das cooperativas no desenvolvimento social

Papel das cooperativas no desenvolvimento social

 

O 56º sessão da Comissão do Desenvolvimento Social (CSocD56) foi realizado na Sede das Nações Unidas em Nova York entre os dias 27 de janeiro a 7 de fevereiro deste ano. Esta comissão é o órgão responsável pelo desenvolvimento social, pilar fundamental do desenvolvimento global. O tema principal desde ano, “Estratégias para erradicar a pobreza e alcançar um desenvolvimento sustentável para todos”, está diretamente ligado ao papel e o trabalhado das cooperativas em todo o mundo.

Tomando como base um comunicado apresentado pelo secretário-geral das Nações Unidas, a Comissão discutiu e analisou uma série de estratégias que tem demonstrado ser eficazes na hora de erradicar a pobreza e, em concreto, a extrema pobreza. O comunicado assinala que “o fortalecimento das cooperativas e das organizações de produtores também é uma estratégia eficaz para empoderar a população rural que vive na pobreza e para conseguir que a economia rural seja mais produtiva”. Não obstante, além de desempenhar esse importante papel de capacitar as pessoas, as cooperativas também são veículos para impulsionar outras estratégias de alivio da pobreza.

A Comissão examinou muitos dos fatores que conduzem a pobreza, como o desemprego, as mudanças climáticas, a discriminação e as desigualdades, entre outros. Em relação a todos eles, as cooperativas têm um sólido histórico de ações de fomento do emprego estável e decente, a proteção do meio ambiente, o cuidado das comunidades em que operam, e a sua função como centros de democracia e igualdade de oportunidades para as pessoas, sem discriminação.

Algumas das preocupações identificadas foram o desemprego e a informalidade. Sem um trabalho, sem condições de emprego decente e estável, é impossível para os mais vulneráveis saírem da pobreza. Assim mesmo, a falta de proteção social suficiente em muitos países agrava a situação. A criação de emprego e a transição dos trabalhadores da economia informal para a economia formal deveriam ser, portanto, uma prioridade, especialmente as iniciativas governamentais desenvolvidas para por fim a pobreza.

Atualmente as cooperativas empregam 10% da população ativa do mundo, um total de 279 milhões de pessoas. Uma das fórmulas para que os governos estimulem o emprego é ajudar na criação e desenvolvimento de cooperativas. De outra perspectiva, o papel das cooperativas na transição da economia informal para a formal tem sido documentado e reconhecido pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), o qual é outra razão para estimular a criação e desenvolvimentos de cooperativas, pois terão um impacto direto na redução do desemprego e a informalidade, reduzindo assim a pobreza.

A Comissão também analisou alguns dos desafios apresentados pela mudança climática e seu impacto na pobreza. É importante ressaltar que muitos destes impactos imediatos serão sentidas em áreas que já estão lutando com as maiores taxas de pobreza. Os eventos climáticos extremos afetaram, muito provavelmente, as comunidades mais pobres. Portanto, é necessário estratégias para mitigar os efeitos adversos da mudança climática e, também a este respeito, as cooperativas podem desempenhar um papel significativo.

Em termos de inclusão e redução de desigualdades, a Comissão analisou o amplo trabalho que ainda é necessário.

Foi relatado que tanto a desigualdade salarial como a social estão aumentando. Os grupos mais vulneráveis, como as mulheres, os jovens, as minorias e os povos indígenas, entre outros, são também os mais afetados pela crescente desigualdade. É importante que as cooperativas, na hora de trabalhar em suas comunidades locais, sejam agentes positivos, estabelecendo politicas e atividades que combatam ativamente a desigualdade.

É evidente que o objetivo de erradicar a pobreza permanece grande. Embora sejam os governos que têm a principal responsabilidade de realizar esse esforço, as cooperativas podem contribuir implementando estratégias efetivas, compartilhando conhecimento e estabelecendo parcerias com outros agentes de mudança.

A Aliança Cooperativa Internacional tem identificado a luta contra a pobreza como uma das áreas de trabalho que as cooperativas podem fazer uma grande diferença para implementação dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Na plataforma on-line “Coops for 2030” tem muitos exemplos de como as cooperativas se comprometem em alcançar estes objetivos que podem servir de inspiração para os outros.

 

Redação EasyCOOP com informações da Aliança Cooperativa Internacional

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