Trigo é opção para MT

A expectativa de novas culturas para Mato Grosso é sempre tratada com atenção por produtores e pesquisadores. É o caso do trigo que vem ganhando força nas pesquisas e resultados nas experiências que o pesquisador da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) e coordenador da Câmara Técnica do Trigo (CTT), Hortêncio Paro, tem realizado no estado.  Em outubro aconteceu a 1ª. visita técnica à cultura do trigo irrigado trigo em Nova Mutum - Fazenda Sossego, do produtor rural Lino José Ambiel. 

O evento que apresentou seis variedades de trigo irrigado com potencial para industrialização contou com a presença de estudantes, produtores rurais, empresários, pesquisadores, professores, técnicos agropecuários, e cooperativas representadas pelo analista econômico do Sistema OCB-MT, Harri Stiegmeier. Segundo o coordenador da CTT,  o grande destaque é a viabilidade apresentada. “A viabilidade econômica é comércio certo. Pela primeira vez o saco de trigo chegando em Cuiabá em R$ 70. A produtividade ainda deve ser trabalhada, mas a média trabalhada nos experimentos é de 70 sacas por hectare com um custo de produção de R$  < afirmou Hortêncio. O mercado do trigo em Mato Grosso ainda é restrito já que dependem de trazer a matéria prima de fora. “O mercado hoje é restrito, pois a indústria tem trazido trigo de MG e até dos EUA. Impossível que se tivermos produção local, esse cenário não mude”, destacou Hortêncio. Para o produtor Lino Ambiel, a opção é viável. Para 2014 a expectativa sair apenas dos experimentos para aumentar a área plantada para 100 hectares. “Além da rotatividade de cultura a produtividade está muito boa para um custo de produção de R$ 2mil por hectare comparado ao preço de mercado vale a pena”, diz Ambiel. Com o preço de mercado atual em R$ 70, a produtividade média de R$ 2mil por hectare e a produtividade média de 70 sacas, a rentabilidade do trigo fica em  59%, o que traz da oportunidade de ampliação da cultura para um cenário favorável.

Para as cooperativas do estado, a alternativa de produção precisa de volume e qualidade. Segundo o superintendente do Sistema OCB-MT, o trigo já é uma realidade crescente no estado. “Observamos o mercado do trigo há tempos e acompanhamos os trabalhos realizados pela Câmara Técnica do Trigo. Incentivar essa produção e, acima de tudo a viabilidade de mais uma opção de cultura para as 65 cooperativas do agronegócio no estado é nosso objetivo”. Adair Mazzotti, superintendente Sistema OCB-MT. Os motivos deste insucesso são diversos, mas entre os principais destacamos a boa situação de preços do milho nas últimas safras, entrando obrigatoriamente na rotação com a soja na maioria das propriedades da região.

O Sistema OCB-MT acompanha os trabalhos da Câmara Técnica do Trigo e no início do semestre trouxe para Mato Grosso o presidente da Câmara Setorial das Culturas de Inverno do Ministério da Agricultura,Flávio Turra, que também é gerente técnico e econômico do Sistema Ocepar, e que  apresentou um panorama nacional e internacional do produto, com os prós e contras da triticultura brasileira. Segundo Flávio, as palavras chave para o incentivo à produção do trigo no estado são tecnologia e qualidade. “O Mato Grosso já tem clima e solo adequado, com condições de produção de trigo em escala. O próximo passo é buscar tecnologias e sementes adaptadas para que haja produção de qualidade e volume que motive as cooperativas a investir numa plataforma industrial para agregar valor ao produto”, afirmou Flávio. Baseado na experiência da triticultura no Paraná, o gerente ainda destacou que o trigo é uma alternativa viável às cooperativas. “Como fizemos no Paraná, vamos colher as políticas públicas de Mato Grosso e levar até o ministério e a discussão é justamente para sabermos quais delas são importantes para cada estado. Assim, nós teremos aspectos importantes para trabalhar nas melhorias necessárias para o setor”, ressaltou Turra. 

Ascom Sistema OCB-MT
Produtor Lino Ambiel e pesquisador Hortêncio Paro, da Empaer avaliam a produtividade do grão para MT.

 

 

 

 

 

 

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