Crescimento pautado pela educação

Revista Saber Cooperar
A Revista Saber Cooperar, produzida pelo Sistema OCB Nacional, tem como proposta contar a história de gente feliz, que encontrou no cooperativismo uma forma de ganhar dinheiro de uma maneira justa, ética e sustentável. As vidas dessas pessoas e das cooperativas criadas por elas são a matéria prima da Saber Cooperar — principal vitrine do cooperativismo brasileiro. Lançada em dezembro de 2010, a revista é distribuída a todas as cooperativas brasileiras, representantes dos Três Poderes da República e parceiros institucionais do Sistema OCB.
Em sua nova edição a Revista destacou o Programa Leite a Pasto – Educação Continuada executado pelo Sistema OCB/MT em parceria com algumas cooperativas de leite registradas na Organização. Mostrou na matéria como as cooperativas de leite de Mato Grosso estão gerando mais resultados para os associados através da educação.
Leia, a seguir, a matéria publicada:
Crescimento pautado pela educação
As cooperativas da Região Sul não são as únicas a encontrar soluções eficientes para aumentar sua produtividade. Em 2014, três cooperativas de Mato Grosso se uniram para encontrar soluções a problemas comuns, como baixa produção e produtividade, baixa qualidade do produto e grande sazonalidade.
Estimuladas pelo Sistema OCB/MT, elas ingressaram no programa Leite a Pasto – projeto de educação continuada realizado nas unidades produtivas vinculadas às cooperativas de leite do estado. De forma intercooperativa, os gestores e cooperados das entidades que participam do projeto analisam temas e desafios a serem superados, como a qualidade da matéria-prima, a sustentabilidade dos sistemas e a eficiência na produção.
O projeto é dividido em pontos vitais e importantes na condução e gerenciamento de uma unidade produtiva de leite. Entre os pontos vitais, estão a distribuição e localização de água; divisão das pastagens; sombreamento; reservas estratégicas de alimentos para os períodos pré-seco e seco do ano; anotações e interpretações de dados e índices, adoção do calendário zoossanitário e preservação ambiental. São considerados pontos importantes: análise e correção do solo; adubação das pastagens; conservação do solo; melhoramento genético animal; prática de irrigação em épocas estratégicas; e adoção de programas de gerenciamento.
“A abordagem desses pontos fundamentais para a transformação do sistema de produção de leite deve ser realizada de forma sistêmica, envolvendo os fatores e as fases do processo de produção: relações humanas, sustentabilidade ambiental, escala de produção, mão de obra especializada e capacitada”, explica o veterinário e analista de desenvolvimento do Sistema OCB/MT, Mauro Machado Vieira.
Os técnicos atuam, sob supervisão do instrutor, na organização estrutural das propriedades. Até agora, cerca de 4 mil pessoas, entre técnicos das cooperativas, secretarias de agricultura, empresa de assistência técnica estadual, cooperados e gestores das cooperativas, participaram dos treinamentos.
Fernando Paiva, do Sítio São Roque, é um dos cooperados beneficiados pelo programa. Ele conta que, do rebanho de 115 cabeças, 46 são vacas leiteiras que produzem 9 mil litros de leite por mês. “Antes eu tirava com as mesmas vacas 5 mil litros por mês. Agora, depois do programa, minha meta é chegar a 15 mil litros. As informações que recebemos estão fazendo muita diferença na vida da minha família”.
O filho de 12 anos, Fabrício, adora acompanhar a ordenha e o trabalho dos técnicos que visitavam o sítio. O gosto pela lida na terra tranquiliza a família quando o assunto é sucessão. Esse, aliás, é um dos indicadores de sucesso do Leite a Pasto, na visão do Sistema OCB/MT.
“Entregamos um modelo de organização e gestão da unidade produtiva, prática, econômica e de fácil adoção, que viabiliza além da integração técnica e social dos cooperados, o processo de sucessão familiar do negócio leite”, comemora Mauro Machado Vieira. “O Leite a Pasto é um importante instrumento de fidelização e inserção do cooperado no negócio cooperativo”
Em linhas gerais, o objetivo das cooperativas que participam do programa é, ao final de 2018, elevar a média geral de produção atual de 150 litros/dia por cooperado para 300 litros leite/dia; diminuir a sazonalidade da produção, atualmente em 60%; e adequar a qualidade do leite a regulamento técnico publicado pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento – Instrução Normativa 62.
Vale destacar: o Leite a Pasto surgiu de um diagnóstico do setor realizado pelo Sistema OCB/MT. O estudo revelou que cerca de 90% das cooperativas de leite do estado encontravam gargalos que limitavam o desempenho de suas atividades. Grande parte dos problemas vinha da falta de profissionalização e de gerenciamento das atividades, além da carência de assistência técnica especializada.
O projeto foi implantado experimentalmente na Coopnoroeste (Araputanga), Coopernova (Terra Nova do Norte) e Campileite (Campinápolis), ainda em 2014. Atualmente, também participam as cooperativas Coopropam (Juína) e Cooperprata (Brasnorte).
Revista Saber Cooperar
A Revista destaca diversos outros assuntos. Para ler a ‘Saber Cooperar’ é só clicar aqui: /images/unidades/mt/docs/SABER_COOPERAR_22.pdf